Programa

ESPECIFICAÇÃO

Especificação

1.      O fluxo circular na economia

1.1. Agentes económicos e sectores institucionais

1.2. Actividades, produtos, factores de produção

1.3. Fluxos e stocks; nominal e real; preços correntes e constantes

1.4. Recursos e empregos; equilíbrio

1.5. Representação esquemática

2.      A Matriz de Contabilidade Social (MCS)

2.1. O que é uma MCS?

2.2. Como se constrói uma MCS?

2.3. MCS e Matriz Input-Output

3.      O Sistema de Contas Nacionais (SCN/SEC) e a Matriz de Contabilidade Nacional (MCN). Uma aplicação a Portugal.

3.1. Estrutura geral

3.2. As contas em "T"

3.3. A Matriz de Contabilidade Nacional

4.      Da MCN para a MCS. Uma aplicação a Portugal.

4.1. Relação entre as contas e o conteúdo das células

4.2. Construção de uma MCS

4.3. Identificação dos principais agregados macroeconómicos e saldos

5.      Versões numérica e algébrica da SAM

5.1. A importância de uma base de dados consistente para modelizar a actividade económica. A utilização de outras fontes de informação

5.2. Técnicas de actualização, estimação e acerto. O método RAS. Uma aplicação a Portugal

5.3. Modelização e análises possíveis. O caso dos multiplicadores.

6.      Estudo de Casos/Aplicações

 

 


ENQUADRAMENTO

Enquadramento

Sendo a Unidade Curricular uma abordagem matricial das contas nacionais, o estudo do fluxo circular (do produto, do rendimento e da despesa) em economia (capítulo 1) e de todo um conjunto de conceitos a ele associados, constituirá a introdução adequada ao restante programa.

A apresentação da Matriz de Contabilidade Social (capítulo 2), enquanto representação numérica das transacções verificadas na economia num determinado período, representadas esquematicamente pelo fluxo circular em economia (estudado no capítulo 1), dará uma sequência lógica à exposição e contribuirá para uma melhor percepção e sensibilização da importância dos efeitos das interacções numa economia. Tal apresentação terá por base a investigação que a docente tem vindo a desenvolver desde 1993, a partir do trabalho de Graham Pyatt e seus colaboradores (Pyatt G., 1988; Pyatt G., Roe A., 1977; Pyatt G., Round J., 1985 - ver bibliografia), por sua vez, inspirado nos trabalhos de Richard Stone, iniciados com o artigo de 1954: "Input-Output and the Social Accounts". Neste contexto, apresentar-se-á também a Matriz Input-Output enfatizando as suas semelhanças e diferenças com a SAM.

Para construir MCNs (e Matrizes Input-Output) é preciso recorrer a fontes de informação estatística, em relação às quais há que ter alguns conhecimentos. Optando por uma metodologia top-down (desenvolvida na secção 2.2), ou seja, partindo do geral para o particular, apresentar-se-ão as contas nacionais como a fonte de informação base para a construção de qualquer MCN. Apresentar-se-á assim (no capítulo 3) o sistema que lhes está subjacente, no nosso caso (e dos outros países membros da União Europeia) o Sistema Europeu de Contas Nacionais - vulgarmente conhecido por ESA ( European System of National and Regional Accounts in the European Community), baseado no Sistema de Contas Nacionais das Nações Unidas - vulgarmente conhecido por SNA ( System of National Accounts). Tal apresentação passará pela apresentação esquemática da forma como o sistema organiza em contas as transacções (ou operações) verificadas na economia e de como as mesmas podem ser representadas matricialmente, através da Matriz de Contabilidade Nacional - vulgarmente conhecida por NAM ( National Accounting Matrix), designada por MCS e que a docente considera ser uma variante da MCN, apresentada no capítulo 2. Toda a explicação será acompanhada por uma aplicação (a um nível agregado) a Portugal.

O passo seguinte (capítulo 4) será a associação das contas e das células da MCS (apresentada no capítulo 2) às da MCN (apresentada no capítulo 3) e a identificação dos principais agregados macroeconómicos, dando continuidade à aplicação a Portugal.

A importância da MCS, enquanto instrumento de trabalho é reforçada pelas versões algébrica e numérica que as mesmas podem assumir (conforme será tratado no capítulo 5). Assim, com a versão numérica é possível construir bases de dados consistentes que poderão servir de suporte a modelos económicos, subjacentes às versões algébricas. Especificar-se-á então a importância de uma base de dados consistente, como a MCS, para modelizar a actividade socio-económica. Analisar-se-ão também possíveis necessidades de desagregação e de utilização de fontes de informação que não as contas nacionais e consequentes desequilíbrios e incoerências nos valores, ultrapassáveis com a utilização de algumas técnicas específicas, como o método RAS ( Richard A. Stone), para o qual se dará continuidade à aplicação a Portugal. A versão algébrica será apenas abordada na sua forma mais simples (secção 5.3). Procurar-se-á apresentar estes instrumentos de trabalho como trampolins para o laboratório que é a economia real 1.

O programa de Aplicações em sócio-economia terminará com a apresentação de estudos de casos utilizando as metodologias estudadas. Teremos tantos casos quantas as aulas disponíveis e serão apresentados (presencialmente ou por vídeo conferência, admitindo que tal é exequível) por pessoas (a convidar) envolvidas em tais estudos, pela docente ou pelos próprios estudantes, que poderão apresentar os respectivos trabalhos finais - caso a docente conclua que têm qualidade suficiente para tal.

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1 "There is only one laboratory for the economist - the current economy - and there is only one tool for measuring the latter - the national accounts" Reich (2001), National Accounts and Economic Value: A study in concepts, Palgrave, Houndmills, U.K. and New York.